Pular para o conteúdo principal

Reencontro com um antigo amor

Reatei o relacionamento com um antigo amor da juventude. Foi o destino que assim quis! 💗


Atualizado em outubro de 2021.

O que me fez retomar este antigo relacionamento foi uma conjunção de fatores, começando pelo restritivo e pouco inovador Windows 11, o que me desanimou bastante com o sistema das janelinhas. Neste mesmo período, ao montar o projeto NT PC me lembrei da época em que tinha no mesmo PC um sistema operacional para o trabalho pesado e outro apenas para distrações, como jogos e afins – foi a faísca para retomar este conceito, mas atualizado para 2021.

Estabilidade é tudo

Como dizia uma antiga propaganda de pneus, potência não é nada sem controle. No seu tempo o NT 4.0 foi um marco de estabilidade e sobriedade no mundo Windows, e assim busquei uma alternativa nesta linha encontrando no lendário Debian um substituto perfeito, o qual eu já havia usado há alguns anos.

O recente lançamento do Debian 11, aliado aos fatores supracitados, me animou a novamente ter um dual boot no meu PC de produção. Sendo voltado à estabilidade até que a versão 11 conta com pacotes relativamente recentes, tais como o kernel Linux 5.10 e o Gnome 3.38, o ambiente gráfico escolhido.

Vale destacar que o instalador do Debian 11 é idêntico ao do seu antecessor apenas com leves mudanças visuais, em time que está ganhando não se mexe! Como já abordei a instalação do Debian 10 aqui, não acho necessário mostrar novamente.


Armazenamento – quando menos é mais

Até então eu tinha um RAID 0 com dois discos Seagate Barracuda de 3 TB, e mesmo antes de decidir pelo Debian estava pensando em desativá-lo principalmente pelo atraso no tempo de boot que a sua inicialização causava, às vezes chegando a incríveis 5 segundos! Assim desfiz o arranjo e passei o foco para SSDs.

A unidade de boot é um SSD PCI Express 4.0 Corsair Force MP600 de 500 GB, o qual ficou dividido em cerca de 120 GB para o Windows 10 LTSC (lembrem-se da estabilidade) e 380 GB para o Debian, uma vez que este é o sistema operacional principal.

A partição home ficou alocada no SSD WD Blue SN550 de 1 TB, uma unidade PCIE 3.0 também extremamente rápida, concentrando todos os meus arquivos de trabalho e máquinas virtuais. Junto com o bem otimizado sistema operacional, o PC simplesmente virou um foguete! 🚀


Para a “partição home do Windows” apliquei o SSD SATA Kingston A400 de 960 GB, a qual contém basicamente jogos – embora seja possível jogar muito bem no Linux usando o Steam, o Proton e o Vulkan, o suporte ao DirectX 12 ainda continua sendo uma exclusividade das janelas, infelizmente. 


Já o disco rígido Seagate IronWolf ficou para armazenar arquivos maiores, com os de vídeo.


Suporte a hardware

Ao contrário do Ubuntu e devido à sua filosofia, o Debian não vem por padrão com o driver oficial da Nvidia (ele usa driver de código aberto nouveau), mas a instalação é simples: primeiramente basta habilitar os repositórios contrib e non-free:


E em seguida rodar os seguintes comandos:

# apt update
# apt install nvidia-driver firmware-misc-nonfree

Após reiniciar o driver da Nvidia estará positivo e operante:


Se você utiliza programas que fazem aceleração via GPU instale também o suporte ao CUDA:

# apt install nvidia-cuda-toolkit

Um exemplo é o editor de vídeos DaVinci Resolve, que pode ser instalado no Linux exatamente da mesma forma que no Windows (simplesmente baixando o instalador e o executando):



Com o suporte ao CUDA instalado, o software também aplica a aceleração por GPU:


Durante uma renderização o bicho pega:

Vale destacar que todos os demais componentes do PC, tais como o som e a placa de rede, funcionaram out of the box sem ser necessário procurar por nenhum driver sequer.

Softwares

Além do já citado DaVinci Resolve, todos os demais softwares que uso rotineiramente estão disponíveis para o Linux, como é o caso do VirtualBox, do Chrome e do GIMP, e também me dou muito bem com o LibreOffice.

Mas o Windows é o padrão de mercado, e pode eventualmente ser necessário usar algum software apenas disponível para ele, como é o caso da minha cópia do Office 365. Para tais softwares criei uma máquina virtual parruda no VirtualBox, que mostrarei maiores detalhes em uma futura postagem.

Falando no Office 365, o considero muito mais uma contratação de 1 TB de armazenamento na nuvem que vem com o Office “de brinde”, sendo um ótimo custo x benefício para um outro nível de backups. Seu único porém é o fato de não haver um cliente para Linux.

A solução mais óbvia seria entrar no OneDrive pelo navegador, mas fui um pouco além: fiz a sincronia com o cliente oficial na máquina virtual compartilhando a pasta criada. A mesma então pode ser acessada diretamente no Debian mantendo a vantagem do uso por demanda, ou seja, apenas os arquivos abertos são transferidos para o armazenamento local (os demais permanecem apenas na nuvem). Novos arquivos gravados também são automaticamente sincronizados. Show! 👋

Enfim, estou muito feliz e satisfeito por ter reatado o meu relacionamento com o Debian, e tudo indica que ele durará por muito tempo novamente. Também atualizei a página da descrição dos componentes do Black Power NG, confira lá!

Até a próxima!

Comentários

  1. Eu estou usando
    ele em um note antigo da Philco (hardware fraco - 4GB RAM), pois formatei o Windows 8.1 que estava nele e instalei Debian. O PC está bem mais rápido!

    ResponderExcluir
  2. Olha só isso!

    https://www.itpro.co.uk/security/malware/361190/fontonlake-sophisticated-malware-targets-linux-systems?amp

    O alvo principal são as distribuições Debian e CentOs, e acho que não visam o usuário doméstico, mas é interessante porque muita gente acredita que linux “não pega” virus.
    E uma invasão desse tipo é praticamente impossível de ser descoberta pela grande maioria dos usuários.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim. Ao menos enquanto forem feitos por humanos, nunca existirá software livre de falhas.

      Excluir
  3. Eu só consigo usar Debian e derivados, tentei usar Manjaro (inspirado no Arch), mesmo sendo rápido, não gostei muito, achei muito cru, apesar dos esforços do Manjaro.

    Me acostumei com Ubuntu e derivados, fui pro Mint e depois Zorin OS,

    ResponderExcluir

Postar um comentário