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"Unboxing" e primeiras impressões: SSD Kingston A400 de 960 GB

Os preços das unidades SSD vem caindo nos últimos meses, inclusive no Brasil (por incrível que pareça). Assim a aplicação destas unidades de maior capacidade deixou de ser algo de custo proibitivo, principalmente para os modelos de entrada como o Kingston A400.


Eu me lembro bem de quando os primeiros discos rígidos de 1 GB surgiram em meados da década de 1990, eram um assombro e um sonho de consumo de muito “micreiro”! Igualmente marcante foi a introdução dos discos de 1 TB no final da década passada, e agora temos unidades em estado sólido de igual capacidade mesmo em modelos de entrada. A tecnologia realmente é apaixonante!

A linha A400 é a mais barata no portfólio da Kingston, tanto que vem em uma embalagem de plástico muito simples e sem firulas - foi este o motivo de eu ter usado aspas em conjunto com a palavra unboxing no título da postagem.



Esta unidade conta com chips de memória flash TLC, que armazenam três bits de dados em cada célula, em contraste com os chips MLC que gravam dois bits e com os SLC que gravam apenas um bit. Quanto mais bits são gravados em uma mesma célula, menor é o desempenho e a durabilidade, porém o custo por GB de armazenamento é bastante reduzido. Hoje em dia praticamente todos os SSDs de baixo custo e mesmo modelos intermediários usam chips TLC.

O controlador usado no A400 é o Kingston CP33238B, uma versão do Phison S11 customizada. O modelo usa a interface SATA-600 e a Kingston promete taxas sequenciais de 500 MB/s para leitura e 450 MB/s para escrita.

O TBW (que é a quantidade de dados que é possível gravar sem que haja deterioração de desempenho, é como se fosse a garantia do fabricante) desta unidade de 960 GB é de bons 300 TB - se todo dia eu reinstalasse o Windows 10, que ocupa cerca de 20 GB, eu levaria nada menos do que 15.360 dias ou 42 anos para atingir os 300 TB do TBW. É mais do que a minha idade atual! 😱


De fato, os números do CrystalDiskMark se mostram superiores aos divulgados pela Kingston:


A aplicação primária desta unidade será para o armazenamento de jogos – de nada adianta ter uma super placa de vídeo se os dados dos jogos forem carregados de um disco mecânico, o que gera latências e frame drops indesejáveis.

Até pouco tempo atrás eu tinha um SSD WD Blue para esta função, porém o mesmo foi realocado para o notebook Samsung Odyssey e assim no PC os jogos estavam armazenados em um RAID 0 com dois discos Seagate de 3 TB. Mesmo em RAID, dois discos rígidos de 7200 RPM e 64 MB de cache não chegam nem perto do desempenho de um SSD de baixo custo:


Finalizando, a queda no preço dos SSDs tornou possível ter unidades de grande capacidade para aplicações com maior demanda por espaço de armazenamento. Embora ainda esteja longe do verificado nos discos mecânicos, o custo por GB dos SSDs ficou muito mais atrativo, com a inegável vantagem no desempenho, confiabilidade e durabilidade.

Comentários

  1. Ultimamente tenho comprado algumas coisas baratas pelo Ebay, tais como placa de diagnostico para pc, circuito digital de tensão ajustável, e outras tantas coisas produzidas na China, e pago o preço de um cafezinho por isso, uns 4 ou cinco dólares muitas vezes com frete incluso.
    Um ssd hoje deve ter um custo de produção tão baixo na China, que acharíamos um absurdo o preço cobrado mesmo com as atuais quedas.
    Esses dias estava pensando: o custo de produção de eletrônicos na China deve estar beirando o da produção de farinha de trigo.
    É tão assustadoramente grande a produção que se cada unidade der um lucro de uma porcentagem de centavo de dólar, já da lucro.
    Isso graças as vendas em massa (não as de trigo! Hahaha)

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    1. Concordo plenamente. O uso de mão-de-obra de baixíssimo custo certamente ajuda bastante nesta redução.

      Qualquer país que tenha uma mínima legislação trabalhista (por menos invasiva que seja), nunca vai conseguir chegar nem perto dos custos chineses.

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  2. Pobre povo que trabalha como escravo em troca de alguma comida!☹️
    Será que os Chineses gostam do regime comunista? Tem gente por aí dizendo que é tão bom!!!

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    Respostas
    1. Eu não lembro de nenhum país capitalista que não tenha uma legislação trabalhista, por mais liberal que seja.

      E depois são os capitalistas que exploram a "classe operária".

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