Pular para o conteúdo principal

Minha experiência pessoal com o Windows 8.1

Como todos os amigos que acompanham as minhas postagens devem saber, sou um defensor do Windows 7 para desktops. Afinal das contas, é bem mais adequado que um PC desktop receba um sistema operacional pensado para tal utilização. Porém, para ser mais justo e para não soar como implicância da minha parte, resolvi dar mais uma chance ao Windows 8.1 e cheguei à conclusão que sim, é possível obter uma experiência razoável em desktops com esta versão, embora eu ainda continue preferindo de longe o Windows 7.

Atualizado em 24/04/2014: a análise do Update 1 para o Windows 8.1 pode ser lida aqui.


Neste último final de semana decidi trocar a placa mãe e o processador do meu HTPC (mais detalhes desta configuração serão tema de um post futuro) e sempre que se troca a placa mãe é altamente recomendável a reinstalação do sistema operacional, em função da diferença que haverá entre os drivers de dispositivos das duas placas diferentes. Assim sendo, ao invés de instalar novamente o meu querido Windows 7, resolvi ver como o 8.1 se sairia - acreditei que em uma tela maior (o HTPC é conectado à minha TV LCD 1080p de 32") talvez aquela interface de tablet dele pudesse fazer algum sentido... só que não! :-)

Desta forma vou aproveitar o ensejo para compartilhar com vocês algumas dicas de como deixar esta versão do Windows um pouco mais suportável em desktops (na minha humilde opinião, é claro). Observem que não me refiro ao Windows 8 original, que não possui muitas das opções de personalização do 8.1 - caso você ainda esteja com o 8, recomendo fortemente a atualização que é gratuita. Vamos lá!

Ignore completamente os aplicativos "moderninhos"

Os aplicativos do tipo ModernUI ou Metro representam os softwares "moderninhos" propostos pela Microsoft e são um pé nas partes baixas para quem usa teclado e mouse. Primeiro que eles ocupam a tela toda (rodam sempre maximizados) e ficar fazendo gestos com o mouse para controlá-los (como clicar na parte de cima e os arrastar para baixo para fecha-los, veja a trabalheira!) simplesmente não vale o trabalho e a perda de produtividade. Nem mesmo em uma tela maior (como a minha TV) eles ficam confortáveis de se usar, pelo contrário: com mais espaço na tela as "manobras" com o mouse ficam ainda mais trabalhosas.

Seria implicância minha? Acho que não: no último dia 14 a Fundação Mozilla anunciou que congelou o desenvolvimento do Firefox Metro simplesmente pela baixa demanda por esta versão - eles estavam com dificuldade até para obter um número mínimo de interessados para testar as versões beta!

Exemplo de aplicativo "moderninho"

Prefira sempre softwares em versão desktop clássico

Para isto basta continuar utilizando o Windows como você sempre fez: baixe diretamente do site dos seus produtores as versões desktop clássicas dos seus softwares favoritos e os instale manualmente. O problema é que por padrão o Windows 8.1 vem configurado para abrir arquivos de fotos, músicas e filmes com os aplicativos "moderninhos", então é necessário o configurar manualmente para que tais tipos de arquivos sejam abertos com os softwares tradicionais.

No Windows Explorer, clique com o botão direito do mouse no arquivo que você deseja alterar a associação. No menu que surge selecione "Abrir com" e depois em "Escolher programa padrão...". Na lista que é exibida, selecione o aplicativo desejado.

Escolhendo um aplicativo clássico (no caso o VLC) para abrir arquivos de filmes

Configure o sistema para iniciar diretamente no desktop e o comportamento da Tela Iniciar

O Windows 8.1 pode ser configurado para iniciar diretamente no modo desktop. Para tanto, clique com o botão direito sobre a barra de tarefas e selecione "Propriedades", em seguida clique na aba "Navegação".


Na guia "Tela inicial" aconselho marcar todos os itens, que farão com que o Windows entre diretamente no modo desktop (primeira opção) e mostrará uma lista de aplicativos na tela inicial (ao invés da configuração padrão que mostra um conjunto de blocos), dando prioridade aos softwares desktop clássicos.

"Nova" tela iniciar que mostra primeiro os aplicativos desktop clássicos: bem melhor

Outra dica interessante: no modo desktop, clicar com o botão direito sobre o logotipo do Windows abre um menu de atalho para várias funções do sistema, que é bem mais prático e rápido.

Menu de acesso rápido

O que eu gostei

A interface do usuário do Windows 8.1 possui algumas poucas atualizações que achei úteis. Uma delas é que o Gerenciador de Tarefas permite agora desabilitar programas que iniciam junto com o Windows, o que antes só era possível através de aplicativos de terceiros (como o ótimo CCleaner) ou então editando manualmente o registro do Windows.

Opção para desabilitar programas que iniciam junto com o Windows

Durante uma cópia de arquivos, o Windows Explorer agora mostra informações mais detalhadas...


... e também possui opção para montar imagens ISO de forma nativa, sem a necessidade de programas de terceiros.


O que não tem conserto: que saudade da elegante interface Aero...

No modo desktop, a interface das janelas dos aplicativos no Windows 8/8.1 passa longe da elegância da interface Aero do Windows 7 (e mesmo do Vista) e não há o que se fazer sem utilizar softwares de terceiros. Parece que a Microsoft tentou criar um visual mais "flat" (simplista) mas exagerou na dose. No máximo é possível alterar o esquema de cores e só, não há sequer opção de transparência! Em algumas situações até parecia que eu estava usando o meu antigo 286 com o Windows 3.0... ainda bem que por ser um HTPC, seu principal uso será para ver filmes em tela cheia. 

Outra baixa foi o fim do suporte aos gadgets da área de trabalho que foram introduzidos com o Windows Vista - alguns destes pequenos programas eram bastante úteis, por exemplo, o que acompanhava o utilitário Core Temp permitia monitorar diretamente na área de trabalho as temperaturas dos núcleos do processador.

Aplicativo Bloco de Notas rodando no Windows 8.1...

... e o Write do 3.0. Windows 8.1, é você? :-)

O mito da inicialização rápida

Desde o lançamento do Windows 8 em 2012 muito tem sido dito em fóruns e afins a respeito da grande melhora na velocidade de inicialização deste sistema, principalmente em equipamentos mais antigos. Não quero contradizer ou desmentir ninguém (não sou o dono da verdade...), mas não foi isto que observei na prática nos meus equipamentos. 

Não fiz uma "cronometragem oficial", mas após todos os softwares instalados o tempo de inicialização se mostrou incrivelmente similar ao que obtinha com o Windows 7. E olha que o HTPC foi atualizado (foi este o motivo da reinstalação do sistema operacional) de um Celeron Dual Core E3300, placa mãe Asus P5KPL-AM/BR (Intel G31) com 2 GB de RAM DDR2-667 (que rodava o 7) para um Pentium Dual Core E5400, placa mãe Gigabyte G41M-ES2L (Intel G41) e 4 GB de RAM DDR2-667 com o Windows 8.1. Demais componentes como a placa de vídeo (Nvidia GeForce GT 520) e o disco rígido (Samsung SATA2 de 1,5 TB - 5400 rpm) permaneceram os mesmos. E sim, a partição do sistema no disco rígido foi desfragmentada após a instalação do 8.1.

Como disse, em um futuro post entrarei em detalhes a respeito da configuração do meu HTPC feito com sobras de upgrades. :-)

Conclusão

Ao contrário do que ocorre com o Windows 8 tradicional, é possível deixar o 8.1 mais agradável de ser utilizado em um desktop com as alterações sugeridas aqui - algo útil caso você tenha comprado um equipamento com esta versão e não queira se dar ao trabalho de solicitar à Microsoft um downgrade para o Windows 7. Mas de qualquer modo, para desktops na minha humilde opinião é bem melhor continuar com o ótimo 7 e aguardar os acontecimentos - para ver se realmente o Windows 9 virá tão bom como a Microsoft vem prometendo.

Quanto ao meu HTPC, vou deixá-lo com o Windows 8.1 mesmo por dois motivos: para aproveitar a licença que obtive pela minha assinatura Technet e em função de ser um equipamento mais voltado para mídia e entretenimento, não sendo um "equipamento de trabalho".

Comentários

  1. Algumas coisas devem ser analisadas nesse contexto, vamos a elas:

    1) A microsoft está fazendo uma grande mudança cultural, e toda a mudança traz quebra de paradigmas, isso para usuários tradicionalistas é um problema bem grande, ai vem aquela máxima muda a cor da grama e o boi não sabe pastar.
    2) Integração da mesma interface, esse foi um trunfo e um tiro no pé da Microsoft, ao mesmo tempo que ela conseguiu fazer uma ótima interface para smarthphones e tablets e pc com touch, ela fodeu o modelo tradicional que usa teclado e mouse.
    3)A Microsoft viu que errou e está correndo atrás, lançando atualizações que visam ajustar esse problema para Desktop e NoteBooks, então palmas para ela.
    4)As pessoas só sabem enxergam os pontos fracos das coisas, principalmente os brasileiros haters, isso é fato incontestável.

    Enfim, dei meu recado =)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Recado dado! :-)
      Ao meu ver o problema nem é tanto a quebra de paradigmas. A Microsoft mostrou certa arrogância ao tentar empurrar esta interface híbrida para os PCs. Talvez uma função simples resolveria tudo isto: uma rotina automatizada para detectar se a pessoa tem uma tela touch screen. Caso tiver, a interface Metro seria habilitada, se não, o sistema se autoconfiguraria para o modo desktop (com a opção do Metro ser ativado manualmente se o usuário de mouse e teclado assim o quiser).
      Até mesmo o ex-CEO Steve Ballmer, grande idealizador do Windows 8, admitiu recentemente que esta versão foi um erro... a Microsoft está voltando atrás em certos aspectos para não correr maiores riscos com a sua maior fonte de recursos (os PCs), visto que nos móveis está bem atrás da Apple e Google em market share e faturamento.
      Mas enfim, tem gente que gostou e gosto não se discute... um grande abraço e agradeço pelo seu ótimo comentário.

      Excluir
  2. É aquela máxima, temos que analisar nos acertos e erros, financeiramente para ela é muito melhor ter uma solução híbrida, mas que fez cagada fez sim com certeza, tanto que lançou o 8.1 e agora mais uma atualização vem ai para ajustar essa cagada, mas em outros pontos é muito interessante essa mudança, ainda mais trabalhando com TI, e ouvindo de muitos que em time que está se ganhando não se muda, isso é ridiculo. Temos que acertar e errar, a própria história da Microsoft foi assim, Vista foi um tiro no pé Windows 7, acerto total, Windows 8 erro feio para desktop e acerto para dispositivos móveis e com touch.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sem dúvida. Ela pode muito bem ter um sistema híbrido porém que seja capaz de manter cada um no seu quadrado... :-) E sim, o histórico da MS de intercalar uma versão boa e outra ruim do Windows continua válido... hehe
      E a minha "implicância" não é específica com o Windows 8: vale também para outras interfaces "híbridas" tais como o Unity do Ubuntu e o Gnome 3, aliás, este último até o próprio Linus Torvalds criticou abertamente.

      Excluir
    2. Eu vejo o mercado de TI nacional terrivelmente, as pessoas não são pró mudanças, essa digladiação entre software livre e pago, sem ver os pontos positivos e ruins, essa exigência exagerada para vagas, como se a pessoa dominasse todas as linguagens na parte de desenvolvimento, não se voltando mais para a formação acadêmica, que no caso conta muito mais, principalmente da parte teórica que você fica independente de linguagem e sim de conceitos que fazem as mesmas. O mercado de TI, precisa evoluir e muito no Brasil, e entender que somos como engenheiros, fazemos solução que são meio, a informática não é fim, e precisamos que esses rhs, comecem a entender que não existe um desenvolvedor power ranger como eles acham que vão encontrar pagando 3 mil.

      Excluir
    3. Concordo que o mercado de TI por aqui não está fácil. Outro exemplo: o projeto de lei do CREI (Conselho Regional de Informática) está mofando em alguma gaveta em Brasília há quase 20 anos... enfim, pretendo fazer um post sobre isto futuramente. Um grande abraço.

      Excluir

Postar um comentário