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O 486 que queria ser Pentium #1

O lendário AMD 5x86 foi o chip que levou a microarquitetura 80486 aos seus limites, chegando a rivalizar em desempenho com os primeiros Pentium. Assim nada mais justo do que fazer um projeto em sua homenagem.

O 486 que queria ser Pentium #1

Depois do icônico 386 que queria ser 486, temos aqui outro processador que “sentia que era de uma categoria superior”. Senhoras e senhores, conheçam o 486 que queria ser Pentium, o mais novo integrante dos projetos da loucura!

Processador – AMD 5x86 de 133 MHz

Sem dúvida que o AMD 5x86 foi o processador da microarquitetura 486 que chegou mais longe. Lançado no finalzinho da era do soquete 3 em 1995, este chip conta com bons 16 KB de cache L1, operando com o barramento local em 33 MHz e o multiplicador 4 (internamente ele mapeia o multiplicador 2 para o 4).

Conforme análises da época ele chegava a rivalizar em algumas aplicações com os primeiros Pentium, notadamente os modelos de 60, 66 e 75 MHz, sendo sem dúvida um upgrade bom e barato aos donos de placas-mãe soquete 3 capazes de fornecer a tensão de alimentação requerida por ele, que é de 3,45 V (ele funciona perfeitamente com tensões entre 3,3 e 3,6 V).

Vale lembrar também que o 5x86 da AMD manteve a microarquitetura 486 básica, enquanto que o Cyrix 5x86 na verdade é um 6x86 adaptado para o soquete 3. Por isso que o modelo da AMD é considerado o 486 mais rápido já lançado.

Placa-mãe – PCChips M921

Como estamos montando o último chip da classe 486, por que não usarmos também uma placa soquete 3 de última geração, com um dos chipsets mais recentes para plataforma e o barramento PCI?

Os chipsets UMC da classe UM8881 foram dos últimos voltados para a plataforma soquete 3. Além do suporte ao PCI, a grande vantagem deles é suportar o barramento local em 50 MHz sem problemas, desde que o projeto construtivo da placa-mãe permita. 😈

RAM – 16 MB FPM SIMM-72 

Talvez a única desvantagem da M921 seja ter somente dois slots de memória, e como tenho aqui apenas módulos FPM de 8 MB o total ficou em 16 MB. De qualquer modo, é bem mais do que o suficiente para a aplicação.

Placa de vídeo – S3 Virge PCI (Diamond Stealth 3D 2000)

Apesar de ser uma negação em 3D, em 2D o chip S3 Virge foi um dos melhores da sua geração. E este modelo da Diamond ainda conta com 4 MB de VRAM, um luxo para a época.

Placa de som – Sound Blaster 16 ISA

Mantive o mesmo modelo de placa de som do 386 (tenho algumas delas aqui), pelo fato de ser um clássico absoluto deste período.

Placa de rede – compatível com NE2000 ISA

É a melhor escolha para a aplicação, pela grande compatibilidade.

Disco rígido - Quantum Fireball de 640 MB

Suas especificações são ótimas para a época: rotação de 5.400 RPM e 128 KB de cache, além da capacidade que é plenamente adequada.


Unidade óptica – Creative 52X

Foi um dos últimos modelos de CD-ROM lançados pela Creative.

Unidade de disquete #1 – Samsung de 1,44 MB e 3,5”

Era onipresente na época.

Unidade de disquete #2 – Samsung de 1,2 MB e 5,25”

Outra unidade da Samsung completa a lista. As mídias de 5,25” também eram bastante populares no período.


Cooler – genérico soquete 3

Como topo de linha da plataforma o 5x86 requer refrigeração ativa.

Fonte de alimentação – XPC AT de “300 W”

Pessoalmente não confio em fontes de alimentação antigas, assim optei por este modelo que foi adquirido novo em folha (tenho alguns exemplares aqui).

Gabinete – AT genérico

Era o gabinete do 386 que queria ser 486, e agora terá a honra de abrigar o 486 que queria ser Pentium. 😎

Sistema operacional – MS-DOS 6.22

Este PC será a minha máquina DOS de alto desempenho, juntamente com o Windows for Workgroups 3.11 que marcou o ápice dos ambientes gráficos da empresa do tio Bill.

Até a próxima parte!

Comentários

  1. Aí, siiiim! Anacrônica e jocosamente podemos afirmar que processadores trans existem desde há muito! :D
    AMD esperta, aproveitou a grande quantidade de placas para 486 ainda em campo e lançou aquele upgrade valoroso pros bolsos rasos.

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    Respostas
    1. Sim, e ainda tinha algumas variantes dele com um pequeno regulador de tensão, o que permitia a instalação em placas que forneciam apenas 5 V. Um exemplo é o Kingston Turbochip: a Kingston comprava 5x86s direto da AMD e adicionava um VRM e um cooler, fazendo dele compatível com praticamente qualquer placa soquete 3.

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    2. "Processadores Trans" hahahahahah a piada foi legal. Pra quem tinha uma placa mãe do final da era dos 486, as opções de upgrade de processadores eram o AMD 5x86, o Cyrix 5x86 ou o Intel Pentium Overdrive de 63Mhz ou 83Mhz. Em relação ao desempenho, basicamente o modelo da Cyrix leva vantagem, seguido pelo modelo da AMD. Em jogos, especialmente o Quake, o Pentium Overdrive é melhor que os 586 citados (cortesia da poderosa FPU do Pentium).

      Uma curiosidade é que não é possível instalar Windows XP nos 586, mas no Pentium Overdrive é possível. Claro que instalar pra fins de diversão é uma coisa, usar a máquina no mundo real é outra hahah

      O AMD 5x86 era vendido em computadores de baixo custo lá pelos anos de 1995 e 1996. Também pudera: já era uma plataforma ultrapassada, sem chance de upgrade de CPU e às vésperas do lançamento do Pentium II.

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    3. Em termos de arquitetura acredito que o Cyrix 5x86 seja o melhor deles, pois ele era quase um Pentium Pro para o soquete 3. Os maiores problemas dele é que a BIOS da placa-mãe precisava ser preparada para habilitaros seus recursos (nem todas eram), além da fraca FPU.

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  2. Eu tenho um carinho especial pelo 486, pois foi o primeiro computador antigo que eu ganhei. A minha configuração era AMD 5x86 a 133Mhz, 48MB de memória (o máximo que a placa mae reconhecia), PCChips verde (com slots PCI, ISA e VLB) com cache L2 de plástico, HD Maxtor de 20GB jumpeado para 2GB, placa de vídeo Rendition V2200 com 4MB. Eu fiz uma gambiarra que o som do PC saía pelo Speaker da placa mãe... até poder comprar uma placa de som, uma Sound Blaster AWE64.

    Esse AMD 586 daria lugar mais tarde a um K6-2 espetado em uma Placa Mãe Shuttle 591P (chipset MVP3). Na época, retrohardware era muito barato. Por 15 a 20 reais eu comprava uma placa de vídeo ou som e muitas vezes eu ainda ganhava mais placas de presente! Isso aqui em Rio Grande/RS, lá por 2010 a 2012.

    Lembro-me também que fui numa papelaria em 2011 e ainda havia para vender uma caixa com 10 disquetes da Faber Castell. Eu comprei uma, pois precisava fazer um disquete de boot para o Windows 98 (486 não dava boot por CD diretamente pela placa mãe haha). Eu ainda perguntei:
    "- Alguém ainda usa disquete?" A moça do caixa me respondeu que ainda existia gente que usava programa de contabilidade que ainda usava disquetes.

    Enfim, parabéns pela postagem. Me trouxe altas recordações do meu início no Retrohardware. Abração!

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