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O motivo de tanto interesse pelas “velharias”

Enquanto escrevia sobre os dez anos do blog surgiu-me um questionamento: qual seria o motivo de tanto interesse atualmente por hardware antigo?


Quando comecei com o blog lá nos idos de 2014 o cenário era totalmente outro: componentes antigos de hardware tinham preço de banana e o interesse pelo tema era mínimo. Além das peças que já eram minhas, lembro-me que o primeiro componente antigo que comprei foi uma placa 3dfx Voodoo2 por coisa de 50 contos, afinal esta plaquinha foi um desejo de consumo meu que jamais consegui realizar na época.

Quanta diferença para hoje em dia, onde o mercado de hardware antigo está fortemente inflacionado no mundo todo, com preços surreais.

A demanda pelos conteúdos relacionados também aumentou bastante. Se atualmente temos uma profusão de canais no VocêTubo sobre o tema, há 10 anos eu não consigo me lembrar se já havia algum. Pode até ser que sim, mas certamente longe de despertar o mesmo interesse do que um LGR da vida, apenas para citar um exemplo.

Isto levou-me a questionar o motivo dessa mudança. Seria uma onda de saudosismo em escala global? Ou a indústria de hardware atual perdeu totalmente a graça? Acho que um fator levou ao outro.

Para mim a indústria de hardware atual é uma pálida sombra de outrora, um resultado direto do mercado estar concentrado entre cada vez menos empresas. Falando apenas em x86, o que há no mercado além de produtos da AMD, Intel e Nvidia? Tamanha falta de concorrência fez estas empresas ficarem confortáveis demais, a ponto de empurrar qualquer porcaria goela abaixo a preços altíssimos. Está aí a geração RTX 4000 que não me deixa mentir.

Este enfadonho cenário atual pode ter contribuído bastante para o aumento da demanda pelos conteúdos “retro”, pois nos remetem a épocas onde sucessivas revoluções aconteciam em intervalos de meses. As boas lembranças de outrora acabam por parecer ainda mais belas, gerando um forte saudosismo que levou ao enorme interesse que temos agora.

Bem, esta foi a minha “filosofada” sobre o tema. E vocês, o que acham?

Comentários

  1. Muitos são levados pelo saudosismo dos bons tempos! Outros são atraídos pelas causas ambientais e enxergam no reaproveitamento de máquinas antigas algo positivo para o meio ambiente, pois com isso evita-se o descarte de PCs antigos. Nos países mais pobres também têm a questão do bolso porque muitas pessoas simplesmente não podem comprar Hardware mais atual e acabam reaproveitando o que já tinham. Essa tarefa de reaproveitamento é facilitada um pouco por sistemas Unix like que ainda prestam suporte às máquinas 32-bit. Eu tenho um PC relativamente novo para trabalhar com Windows 11 + Ubuntu e reaproveito como PC pessoal um note HP de 2013 rodando Debian.😀

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    1. Realmente na parte de reaproveitamento de hardware os Unix like são imbatíveis. Já instalei o Debian 11 em um Athlon Thunderbird, e rapaz, o desempenho foi muito aceitável considerando que é um processador de mais de vinte anos!

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  2. Penso que o interesse por hardware antigo ocorre por nostalgia e curiosidade principalmente.

    Havia um tempo em que era bastante fácil comprar hardware antigo. Aqui do RS, há uns 10 anos, era muito barato ter um KIT com placas mãe, memórias, placa de vídeo.... muitas vezes por apenas 50 reais o KIT... foi assim que eu comprei o kit 486, K6-2. O K6-2 plus eu comprei no mercado livre por 60 reais. Hoje em dia, o preço dos kits é astronômico, custando milhares de reais facilmente.

    É muito legal relembrar a infância, adolescência (pra nós trintões) e ver um PC com processador 486, 586, Pentium, K6-2 funcionando e muitas vezes jogar jogos da época.

    Penso também que no passado, tanto em relação as placas de vídeo como processadores e placas mães, haviam saltos de desempenho a cada geração. Hoje em dia, mesmo um Core2Duo/Quad (Processadores de mais de 15 anos!) equipado com boa memória e SSD conseguem desempenhar muito bem as tarefas básicas.

    Na época nos anos 1990, um Pentium 100 jamais teria essa longevidade, o mesmo se aplica para placas de vídeo, sendo que as mais baratas sofriam com problemas de incompatibilidade. À medida que os fabricantes eram comprados, os drivers muitas vezes deixavam de ser fornecidos e restringia a longevidade do equipamento. Outra revolução é que no início dos anos 2000 começaram a aparecer Pixel Shader e Vertex Shader. No início, placas antigas rodavam os jogos em modo DirectX 7 (sem pixel/ vertex shader), mas depois foi impossível rodar jogos nesse modo.

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    1. Pior que não é só o mercado de Retrocomputing que está inflacionado, o de Retrogaming também. 😭 Antes da Pandemia procurei um Sega Mega Drive americano modelo 1 para comprar e o sujeito com quem mantive contato queria R$ 2.500,00 por ele... Desisti da compra e acabei adquirindo um Mega Drive 2017 mesmo. Certos videogames e jogos agora também chegam na casa dos milhares de reais. O dono tem o direito de pedir o quanto quiser, mas se terá pessoa disposta a pagar tudo indo aí é outra coisa...

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    2. Sim, exatamente. O dono tem direito de pedir o preço que quiser... mas se o preço for extremo, o negócio é não comprar e deixar o produto encalhado até que o valor de venda seja mais justo. É o livre mercado em funcionamento!

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  3. O primeiro microcomputador (não PC) que operei foi um CP 400, da Prológica, nos idos de 1985. Eram os tempos da famigerada lei de reserva de mercado de informática, quando as importações estavam proibidas.

    Essa máquina (como muitas fabricadas aqui na época) era um clone, no caso, do Tandy TRS-80 norte americano. Tinha 64k de memória RAM, um teclado que deveria ter metade das teclas de um atual... e dois "luxos": uma unidade para disquete e um monitor, quando o normal era ligar em uma TV.

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  4. Acho que o motivo de se interessar por hardware antigo é o mesmo pelo qual outras pessoas gostam de coisas vintage, é igual gostar de carro antigo, tem gente que gasta muito dinheiro pra manter um carro antigo, é meio que um saudosismo ou nostalgia sei lá, uma coisa legal que a gente sente usando coisa velha

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    1. E eu que sou louco para comprar um Opalão 6 canecos... kkkkkk

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    2. kkkk realmente a gente gosta de coisa velha (velha não, antiga), o problema de comprar um opala é o consumo elevado e o custo pra manter e restaurar esses opala destruídos que vê na olx, mas tbm existem carros antigos mais atuais como monza, omega, kadeet, astra, o problema é que esses tbm foram tudo destruído por cupim de ferro principalmente o monza. Enfim, gostar de coisa antiga é complicado

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    3. Sem falar do mercado inflacionado. Hoje em dia um Opala em um estado intermediário de conservação é coisa de uns 50 mil, por menos do que isso é quase tudo detonado e/ou com problema no documento.

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