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Testando um Bulldozer

Os primeiros processadores FX com a microarquitetura Bulldozer foram lançados em 2011, e receberam muitas críticas pela sua ineficiência e pelo conceito de módulos. Mas será que eles são tão ruins assim?


Há exatamente dez anos, no final de 2011, eu estava em dúvida sobre qual upgrade fazer para substituir o guerreiro Core 2 Quad Q6600 que eu usava desde meados de 2008. Haviam novidades tanto da Intel quanto da AMD: enquanto a primeira estava lançando os hoje icônicos chips Sandy Bridge (os Core de segunda geração), o time vermelho trazia ao mercado uma microarquitetura completamente nova chamada de Bulldozer, que era radicalmente diferente das anteriores (principalmente as K10 e K8).

Para ter certeza do que comprar decidi esperar pelos primeiros testes. Enquanto que os processadores Intel eram agraciados, praticamente todos os reviews desciam a lenha nos FX com duras críticas à sua eficiência. Assim acabei optando por um Core i7 2600K e fui feliz com ele durante vários anos, mas apenas recentemente obtive um FX Bulldozer original para saber, de fato, se eu fiz a escolha certa em 2011 ou não.

O chip FX 8120

Como foi supracitado, o aspecto mais polêmico dos processadores FX é o seu conceito de módulos. Cada módulo conta com duas unidades de execução de inteiros com os seus respectivos caches L1, uma unidade de decodificação de instruções, uma unidade de ponto flutuante e o cache L2. Há uma unidade de ponto flutuante para cada par de módulos e o cache L3 é dividido entre todos eles.

O FX 8120 conta com quatro destes módulos e oito threads na microarquitetura Bulldozer original de 2011. As suas características são as seguintes:
  • Frequência base de 3,1 e boost de 4 GHz;
  • Cache de 16 MB;
  • Controladora de memória DDR3-1600 de dois canais;
  • Litografia de 32 nm;
  • TDP de 125 W;
  • Soquete AM3+.

O FX 8300 foi testado em conjunto com a placa-mãe Asus M5A97 LE R2.0 (chipset 970) e 8 GB de RAM Patriot DDR3-1600, além da GeForce GTX 1070 que é a placa de testes do blog.


Benchs

Além do já citado Core i7 2600K, decidi comprar o FX 8120 também com o FX 8300 e com Ryzen 5 1400 conforme mostra o gráfico abaixo:

O FX 8120 perdeu de todos os demais chips: ficou atrás cerca de 11% do FX 8300, 32% do Ryzen e 27% do Core i7. De fato, eu fiz a escolha certa em 2011.

Jogos

Mas será que o FX 8120 consegue dar conta de jogos atuais? De uma maneira geral ele foi bem razoável, quem tem um poderá se divertir com ele numa boa. Os testes foram feitos em 1080p com os ajustes nos presets médios.


Como atualmente o número mágico para a maioria dos jogos e aplicações é de oito threads, o FX 8120 ainda consegue prestar bons serviços dentro das limitações da sua microarquitetura. Quem ainda tem um poderá mantê-lo por mais algum tempo, ao menos para esperar a escassez dos semicondutores dar uma melhorada.

Por fim, informo que o blog entrará em recesso por algumas semanas. Boas festas a todos e até a volta!

Comentários

  1. 125W é o limite que um cooler a ar consegue esfriar, acima disso somente watercooler, aliás, pra mim o máximo que um processador doméstico deveria ter de TDP, até os watercoolers virarem padrão.

    Sandy Bridge pra mim foi uma das melhores eras da Intel, praticamente os processadores de 2a geração Core são utilizáveis até hj.

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  2. Os processadores AMD com arquitetura Bulldozer me lembram bastante os Pentium 4 (arquitetura Netburst). Os dois tinham pipeline longo, tinham de ter clocks altos para ter um desempenho aceitável e nisso acabavam sendo processadores esquentados, além do baixo desempenho por clock (baixo IPC).

    Claro, esses processadores da AMD têm coisas que os Pentium 4 não tinham como arquitetura de módulos e certas instruções, mas achei relevante apontar similaridades entre as arquiteturas.

    Ah e outra coisa: geralmente quando a arquitetura do processador é ineficiente, as versões de baixo custo tendem a ser processadores bem lentos. É só ver o caso do Celeron D (Pentium 4 capado, aquelas tartarugas que vendiam a rodo em Casas Bahia da vida) e o AMD Athlon e Sempron com arquitetura Bulldozer (processadores de baixo custo, lentos que chegam a gargalar até em jogos simples apesar do vídeo integrado ser bom).

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    Respostas
    1. Verdade. Mesmo os Bristol Ridge AM4 ainda continuam sendo processadores bem capengas.

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