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Os novos consoles perderam o fator “UAU!”

Que o hardware do PS5 e do Xbox Series X é poderoso não há dúvidas. Mas eles perderam o fator revolucionário que sempre marcou as trocas de gerações de consoles.

Nos últimos anos os consolistas foram zoados pela PC Master Race devido ao hardware anêmico que o PS4 e o Xbox One trouxeram: foi uma geração que já nasceu obsoleta. Pois bem, agora os sucessores PS5 e Series X contam com uma configuração capaz de matar de inveja 99% dos PCs. Mas o que isso significou? Até o momento, absolutamente nada.

Assim como a maioria daqueles da minha geração, iniciei a minha jornada gamer no lendário Atari 2600. Achava jogos como o Enduro, River Raid, Hero, Pitfall simplesmente demais! Até mesmo do tão execrado E.T. (o primeiro RPG que se tem notícia) eu gostava.

Num belo dia, em uma loja de departamentos (comércio virtual ainda era ficção científica) vi ligado no mostruário um Phantom System, o clone do Nintendinho 8 bits feito pela Gradiente, e rapaz, que coisa louca, o meu Atari instantaneamente virou peça de museu! No final do mesmo ano (era 1988 ou 89, não lembro ao certo) tive a chance de jogar em um Master System na casa de um primo meu e o fator UAU foi parar no teto!

O enfadonho PS5

Após ter conseguido um Master a duras penas pelo meu pai (eletrônicos na época da hiperinflação custavam pequenas fortunas – se você reclama dos preços de hoje, saiba que já foi MUITO pior) eu me deleitava em jogos como Alex Kidd in Miracle World, Phantasy Star, Super Monaco GP e Asterix. Até o dia em que vi o Ayrton Senna’s Super Monaco GP II do Mega Drive na casa de um amigo e UAU! Era coisa de outro planeta!

Levou um bom tempo até eu obter um Mega (e foi um modelo japonês “importado” do Paraguai...), e este foi o console que eu mais joguei até hoje, com a sua extensa coletânea de clássicos como a série Sonic, Streets Of Rage, Road Rash, FIFA, dentre vários outros. Em 1995 fui para a PC Master Race através do meu 486 DX4 de 100 MHz e novamente o fator UAU estava lá, com pérolas como Doom, World Circuit GP, Warcraft, Command & Conquer, Indycar Racing e Full Throttle, apenas para citar parcos exemplos.

Os que ficaram nos consoles também não tiveram do que reclamar. O salto de qualidade da geração 16 bits para o PS1 foi abissal, e o mesmo ocorreu para o PS2 e deste para o PS3 – de modo a não alongar ainda mais o texto citei apenas os lançamentos da Sony pelo domínio do mercado, mas houve também os consoles da Sega (Saturn e Dreamcast) e da Nintendo (N64 e Gamecube) no meio do caminho. Até mesmo a transição do PS3 (e X360) para os defasados PS4 e XOne teve os seus méritos, embora em escala muito menor.

O insosso Series X

Até que chegamos à geração atual, com o seu hardware de ponta. Cadê o fator UAU? É o ray tracing? O 4K? Fala sério! Perto das revoluções que já tivemos, isto é uma piada de péssimo gosto. Além da falta de inovação, fico me perguntando qual é o sentido de se comprar um PS5K (e muitas vezes sem pronta entrega ainda!) para rodar jogos do PS4. Alguém saberia responder?

Bem, cada um rasga o seu dinheiro como mais lhe convier.

Comentários

  1. Pra mim os lançamentos da geração anterior foram os mais sem graça da história. PS4 e Xbone não não trouxeram nada de novo e até o hardware era uma decepção, inferior à PCs intermediários da época. Os atuais pelo menos são mais próximos de um PC high end. Porém, eles realmente não impressionam, eu nem cogito comprar um.

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    1. Concordo. Meu último console é um X360, que comprei em 2010 apenas para jogar Beatles Rock Band e os jogos da série UFC. Paguei 900 pilas nele.

      Os exclusivos da Sony são bons, mas nem de longe fazem valer o altíssimo preço do PS5, sem falar que os jogos em si também são bem mais caros que no Steam e afins.

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  2. O problema maior de tudo nem é o lançamento sem graça, mas sim os preços abusivos dos consoles no Brasil! Videogame é produto de luxo por aqui! O meu videogame mais moderno é um Playstation 3 e não pretendo comprar outro tão cedo por causa dos preços! Prefiro investir em um PC novo!

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    1. Por mais que o hardware também esteja caro, ao menos no PC também dá para trabalhar!

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  3. Os saltos gráficos agora serão só de resulção e talvez alguma melhoria no número de poligonos carregados na mesma cena, mas não será nada revolucionário como foi de snes para n64 ou ps1, ps1 para ps2 e ps2 para ps3. Agora eles precisam é aproveitar o processamento paralelo e lançar muitos jogos, como a Nintendo mesmo já provou, gráficos não fazem games. Isso é comprovado, por termos games clássicos imbatíveis até hoje na era de ouro do 16 bits.

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  4. Nunca vou esquecer a primeira vez que vi um fliperama do primeiro Mortal Kombat, lembro aonde estava e o dia e como fiquei paralisado em frente a tela, essa sensação os gamers que começaram na geração dos consoles nunca vão ter.

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