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CPU Wars: Intel Pentium MMX versus AMD K6

Sem dúvida o Intel Pentium MMX era o processador mais famoso e desejado em 1997. Mas será que o AMD K6 realmente foi um competidor à altura? Confira a resposta aqui!


Sobre o AMD K6

Desde os primeiros 8088 até os 80486 todos os processadores da AMD eram produzidos sob licenciamento da Intel ou via engenharia reversa. Podemos considerar que o primeiro projeto próprio da AMD foi o K5, que tinha o objetivo de concorrer com o Pentium.

Diferentemente do que ocorre hoje, na década de 1990 havia uma verdadeira peleja entre diversos fabricantes de chips x86. Um destes fabricantes era a NexGen, que havia lançado um processador chamado de Nx586 que trazia um conceito inédito, hoje onipresente: ele contava com um núcleo RISC, porém com um decodificador CISC-RISC para converter as instruções x86 (que são CISC) para equivalentes RISC, as chamadas micro-ops ou micro-operações.

Os processadores Nx586 chamaram a atenção da AMD, que adquiriu a NexGen em 1996. Nesta época a NexGen tinha um novo projeto de processador pronto, o Nx686, e este projeto foi a origem dos processadores K6, lançados em abril de 1997.


As características técnicas dos K6 são as seguintes:

  • Frequências de 166, 200 e 233 MHz (aqui será avaliado o de 233 MHz);
  • Frequência do barramento frontal de 66 MHz;
  • Cache L1 de 64 KB (32 KB de dados e 32 KB de instruções);
  • Conjunto de instruções MMX;
  • Tensão de alimentação de 2,9 V (166 e 200 MHz) e de 3,3 V (233 MHz);
  • Litografia de 0,35 µm;
  • Plataforma soquete 7.

Em 1998 a AMD lançou uma versão do K6 com litografia de 0,25 µm e frequências de operação de até 300 MHz.


O K6 instalado na placa-mãe Asus P5S-B:



A configuração utilizada nos testes é a mesma no PC Rebuild #2, onde eu também detalho as características do Pentium MMX, as quais resumo abaixo:

  • Frequências de 166, 200 e 233 MHz (aqui será avaliado o de 233 MHz);
  • Frequência do barramento frontal de 66 MHz;
  • Cache L1 de 32 KB;
  • Conjunto de instruções MMX;
  • Tensão de alimentação de 2,8 V;
  • Litografia de 0,35 µm;
  • Plataforma soquete 7.

Como sempre, confira a página de resultados de benchmarks para ver todos os números - os resultados do Pentium MMX estão aqui. Mas vamos ao que interessa, os benchmarks!

Norton System Info 6.01

O K6 foi detectado pelo NSI como um 80486 de 450 MHz… 😎


Mas o resultado obtido foi o maior dentre todos os testes feitos pelo blog até agora, ficando nada menos do que 75% acima do Pentium MMX. Wow!


3DBench 1.0c

Neste teste o K6 impôs 27% a mais do que o MMX.

Nota: os testes com o 3DBench 1.0 (sem o "c") não foram incluídos pois ele traz o resultado zerado quando é executado em processadores mais rápidos.


Chris´s 3D

Aqui o K6 e o MMX tiveram um empate técnico (diferença de 2%).


PC-Config 8.20

Eis sumário do PC-Config. O K6 é detectado como um AMD “5k86”.


Neste teste o MMX levou a melhor, com uma vantagem de 28%.


SpeedSYS 4.78

Aqui o K6 aplicou uma surra no MMX: 51% superior.


Doom (Demo 2)

Este resultado representa cerca de 101 FPS, ficando em um empate técnico com o MMX (diferença de 2%).


Doom II (Demo 2)

São 123 FPS, em outro empate técnico (diferença de 1%).


Super PI 1M

O tempo de 13 minutos e 23 segundos é 11% maior do que o do MMX (neste teste, quanto menor o tempo, melhor).


3DMark 99 Max

Aqui o K6 não se deu muito bem. Em relação ao MMX, foram 5% a menos no índice geral e 21% e menos no índice de CPU.


3DMark 2000

No 3DMark 2K o K6 reagiu e ficou 4% acima do MMX.


WinQuake (Demo 2)

No lendário Quake o MMX ficou 9% acima do K6.


GLQuake (Demo 2)

No Quake renderizado em OpenGL houve empate técnico (diferença de 1%).


Sandra 99

Neste novo teste a integrar a suíte o K6 ficou 25% acima no teste de CPU (inteiros) e no de ponto flutuante (FPU, que testa o coprocessador aritmético) ouve um empate técnico (diferença de 3%).


No teste de banda de memória da CPU o MMX ficou 19% a frente.


Conclusão

O AMD K6 e o Intel Pentium MMX alternaram a liderança nos diversos testes deste ensaio. O K6 mostrou que tem uma unidade de processamento de inteiros fortíssima (cortesia da NexGen), enquanto que a de ponto flutuante não passou vergonha – na época era amplamente divulgado que os coprocessadores aritméticos das CPUs não Intel eram inferiores. De fato, nos testes que usam intensivamente esta unidade (como o Super PI) há uma certa superioridade do MMX, mas não tão exacerbada a ponto de inviabilizar o K6.

Quanto colocamos na mesa os preços da época, a coisa muda de figura. Conforme o ótimo site CPU-World, o Pentium MMX de 233 MHz custava, em junho de 1997 quando foi lançado, nada menos do que US$ 594. Já em abril do mesmo ano, quando foi lançado, o K6 233 MHz custava US$ 469, sem dúvida um custo x benefício muito melhor.

Para o próximo round desta batalha teremos o K6 turbinado no overclock. Aguardem!

Comentários

  1. Excelente post sobre benchmarks, só para fechar com chave de ouro, tinha que entrar nesta briga o Pentium Pro 200. Meus parabéns.

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    Respostas
    1. Obrigado! O Pentium Pro demandou maiores esforços para entrar em operação, contarei todos os detalhes em uma futura postagem.

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