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Sim, eu saí do Facebook. E até agora não sinto a menor falta

Recentemente eu cometi o que chamam de “facebookcídio”. Veja aqui os meus motivos.



A minha ideia ao entrar na rede do Zuck era principalmente divulgar o blog, e quem sabe também encontrar amigos e familiares que há muito não via e os amigos leitores do blog. Até que a minha participação no feice durou bastante: foram nove meses, de março até dezembro do ano passado. Durou mais que a participação no finado Orkut (seis meses), e olha que a antiga rede social do Google ao menos tinha algumas comunidades realmente boas.

Após esta experiência, as minhas observações são as seguintes:

  • Quanto ao número de views do blog, não fez a menor diferença. Até mesmo quando uma postagem minha foi divulgada na página oficial da BitDefender Brasil não houve diferença. Realmente grande parte dos usuários do feice não tem disposição de ver nada que saia dos domínios da rede social;
  • Convergência da geração mimimi. Eu não entrava no feice todo santo dia e algumas notificações (como as de aniversários) passavam batidas, e tampouco tinha tempo para olhar o que todos compartilhavam. A choradeira por eu não ter dado um like ou feito um comentário era grande;
  • Pessoas incapazes de aceitar uma rejeição. Não sou obrigado a aceitar virtuais desconhecidos e gente que não vou com a cara como amigos. Ponto. Comportamento estritamente relacionado à geração mimimi;
  • Ditadura do politicamente correto. Tente postar algo que saia dos padrões que a grande mídia define como aceitáveis e você será condenado ao fogo do inferno - a não participação em campanhas esdrúxulas dentro da rede social têm efeito parecido. Sem falar que algumas postagens minhas, digamos, mais ousadas, sumiam misteriosamente. Será que era somente durante o regime militar que havia censura?
  • Exibicionismo exacerbado. Conheço pessoas cujo maior prazer de viajar ou de fazer um programa diferente é poder postar no feice. Os fiscais da vida alheia adoram. Sem falar dos que postam até quando vão defecar;
  • Realidade paralela. Tem gente tão dependente da Matrix Facebook que tenta levar a realidade da rede social para o mundo real. Ah, mas eu vi no feice que o fulano fez isso e aquilo! Junte isto às novelas da TV aberta e o pacote desgraça está completo;
  • Mundo de fantasia. Inversamente relacionado ao item anterior. Cito um exemplo: um conhecido meu, especialista na postagem de fotos familiares felizes na rede social, tem que recorrer às drogas lícitas para atingir esta suposta felicidade. Bem-vindos ao mundo real!

Mas isso até seria suportável, basta apenas não participar da rede. O pior mesmo é que o Facebook está simplesmente acabando com produtores de conteúdo: inúmeros sites, portais e blogs estão morrendo de inanição pois o grosso da audiência foi para a rede do Zuck. Como eu já havia pincelado aqui, muitos consideram a Internet um mero meio de acesso ao Facebook. O grande Gabriel Torres brilhantemente abordou o tema no editorial Como o Facebook está destruindo a Internet, do qual recomendo fortemente a leitura.

Para finalizar, claro que nada pode ser generalizado. Nem todo mundo que acessa o Facebook exibe os comportamentos descritos acima e, com certeza, tem muita gente legal (um exemplo são os leitores que eu tinha como amigos na rede social), o problema é que são minoria absoluta. E caso você que estiver lendo estas linhas sentir-se ofendido, lamento dizer mas a carapuça serviu: feche a porcaria do Facebook e vá ler um livro.

Comentários

  1. Desde o início eu já achava que esse negócio de rede social era uma furada, ficar se espondo é uma coisa ridícula. Tem gente que posta fotos de crianças, fotos da frente da casa, onde mora, depois não reclamem dos bandidos que sabem TUDO e um pouco mais de suas vidas e vão assaltar as suas casas. Depois reclamam de falta de privacidade.

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    1. Bem observado. E o brasileiro em geral é extremamente deslumbrado com isso, adoram ficar "se mostrando".

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  2. Eu não cheguei a ser radical como você. Gosto muito do Facebook, sigo páginas muito interessantes e excelentes canais de notícia como o El País, a Deusche Welle e a BBC, além de muitos canais de tecnologia, agendas culturais, etc. O Facebook, no meu entender, é um ótimo agregador de conteúdo.

    Mas eu também passei pelas agruras que você relata. Minha solução foi uma "limpeza étnica". Embora muito criticada por especialistas, eu desfiz muitas amizades virtuais com incontáveis parentes e "amigos", passando automaticamente a ser notificado apenas de coisas que realmente me interessavam.

    Hoje exibo com orgulho uma timeline que me atende satisfatoriamente.

    Abraço!

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    1. É uma boa solução também. Eu já não tenho a mesma paciência... rsrs

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