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A batalha dos MMX

Na peleja de hoje reuni quatro processadores que contém os famosos registradores MMX, de três fabricantes distintos. Bons tempos!

Afinal, o que é o tal de MMX?

Como vimos na disputa dos Pentium, o conjunto de instruções MMX consiste em oito registradores de 64 bits voltados para o processamento de inteiros, nomeados de MM0 a MM7. Além de uma instrução de 64 bits, cada um deles também pode processar duas instruções de 32 bits, quatro de 16 bits e oito de 8 bits simultaneamente.

A principal função destes registradores é desafogar o processador para a manipulação de inteiros, mas para isto os softwares precisam ser recompilados para utilizá-los.

A plataforma de testes

Como todos os modelos são para o soquete 7, foi utilizada a placa-mãe Asus P5A (chipset Ali Aladdin V) em conjunto com 128 MB de RAM, disco rígido Maxtor de 10 GB e o Windows 98 SE. Como sempre foi utilizada a 3dfx Voodoo4 4500 PCI, que é a placa de vídeo oficial de testes do blog.


Intel Pentium MMX

Os processadores Pentium MMX são baseados na microarquitetura de quinta geração da Intel, representados aqui pelos modelos de 166 e 233 MHz, o último sendo o topo de linha da fabricante para a plataforma soquete 7. Ambos possuem a frequência do barramento frontal de 66 MHz, 32 KB de cache L1 (metade para dados e metade para instruções) e litografia de 350 nm.



AMD K6

Enquanto que o projeto do antecessor K5 foi desenvolvido internamente, a microarquitetura do K6 é baseada no processador Nx686 da NexGen, empresa que foi adquirida pela AMD em 1996. O K6 traz características que o definem como um processador de sexta geração, sendo um chip híbrido CISC/RISC com um decodificador de instruções, o qual convertia uma instrução CISC em várias RISC que são mais simples e podem ser executadas mais rapidamente.

O K6 possui a frequência do barramento frontal de 66 MHz e 64 KB de cache L1 (metade para dados e metade para instruções). O modelo de 233 MHz testado aqui possui litografia de 350 nm.


Cyrix MII

O MII é um processador bastante interessante. Ele traz uma microarquitetura de sexta geração bastante refinada, com elementos que até então estavam presentes apenas no Pentium Pro tais como a execução especulativa, a execução fora de ordem e a renomeação de registradores (que confere nomes lógicos aos registradores, tornando mais flexível a sua utilização).

O que faz dele único é o fato de ser um chip CISC puro, que processa diretamente as instruções x86 sem o uso de um decodificador – não há outro processador que combine uma microarquitetura de sexta geração com esta característica, tanto que ele não é completamente compatível em nível de instruções com o Pentium e havia problemas com alguns softwares.

O modelo 333GP testado aqui na verdade roda a 262 MHz com a frequência do barramento frontal de 75 MHz, litografia de 350 nm e 64 KB de cache L1 sem divisão entre dados e instruções, outra característica única. O MII usa o índice PR (Performance Rating) de equivalência de performance em relação a um Pentium clássico – segundo a Cyrix o 333GP teria desempenho equivalente a um hipotético Pentium de 333 MHz.

Também vale lembrar que o MII é um 6x86MX renomeado (ambos são o mesmo chip). A Cyrix mudou o nome para tentar competir com o Pentium II lançado no mesmo ano.


Benchs

Os mais atentos notarão a ausência do Norton System Info, que falha em mensurar chips de frequências mais elevadas trazendo resultados bizarros. Já o SpeedSYS não rodou no MII (travando logo após ser executado), muito provavelmente pela supracitada falta de compatibilidade plena a nível de instruções com o Pentium.

Eis os resultados:

O gráfico abaixo mostra a média dos resultados. Vale notar que os números do SpeedSYS não foram incluídos no cálculo para não gerar distorções.

O K6 liderou a peleja, seguido bem de perto pelo MII. Quanto aos Pentium, o MMX de 233 MHz ficou em uma constrangedora terceira colocação, se considerado o seu preço estratosférico (os valores foram obtidos no site CPU World): ele custava na época incríveis 594 verdinhas, contra 469 do K6, 407 do MMX de 166 MHz e apenas 180 do MII! 😮

Sem dúvida que o MII tinha um custo x benefício imbatível, uma verdadeira pechincha, em que pesem os pontuais problemas de compatibilidade com softwares e o fato de que a Cyrix foi deveras “otimista” ao definir o seu índice de desempenho, mas isso não tem a menor importância.

Até a próxima!

Comentários

  1. Belo comparativo!!!
    Até dei uma olhada nos K6, no Ebay, mas não vale a pela pagar pelo que cobram.
    E pensar que quando comprei um Pentium MMX 233 no mercado livre há muitos anos, eu me encontrei com o vendedor no Metrô, e ele me entregou o meu pentium, e havia mais uns 4 iguais. Eu disse: “eu comprei só um!”
    Ele ne respondeu: “esses outros eu to te dando! Só me dá uma classificação positiva no ML!”
    Saí super feliz! E todos funcionando!

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    Respostas
    1. Bons tempos, que não voltam mais!

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    2. É verdade Luyd!
      E é por isso que gostamos dessas amadas “velharias!”
      E pra mim não tem graça rodar DOS ou Windows em maquina virtual, eu quero mesmo é ver o hardware antigo funcionando!
      É uma pena que ta dificil achar Hds antigos de até 1Gb em bom estado, então tem que se contentar com ssd ou cf card destoando do original. Um vendedor do Ebay tava vendendo um lote de Hds dd 40 Mb (Mega byte), sem uso por 100 dolares cada. Para quem tem XT é uma boa.

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    3. Sim, é verdade!

      Agora está tudo caro, se eu resolvesse hoje começar a colecionar hardware certamente teria desistido.

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  2. Poxa, que legal Michael! Teu blog me fez lembrar da época que eu escrevia meus próprios blogs (neounix / nerdcafe e por fim cafenerd [arquivo morto {e meio bugado} em: http://cafenerd.byethost16.com/ ] e ao mesmo tempo, me lembra um pouco o trabalho que eu faço com o meu canal no YT Byte5, realmente me diverti e ainda me divirto muito com teu conteúdo, muita coisa bacana de verdade!! Parabéns amigo!

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