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Facebook = Internet. Só que não!

Gostaria de compartilhar com vocês, amigos leitores, um “causo” que me ocorreu recentemente. Apesar de denotar uma relativa pouca importância, a meu ver é um sintoma de que a Internet como a conhecemos está correndo um sério risco. Pois bem, tudo começou quando fui levar o meu carro para uma manutenção de rotina, até que em um determinado momento pintou no ZapZap do mecânico um texto:

“Dilma renuncia ao cargo!”

A primeira coisa que pensei foi abrir o site de algum jornal ou então algum grande portal para checar a veracidade desta suposta bombástica notícia, porém o mecânico (gente finíssima!) teve uma ideia aparentemente melhor:

“Vamos ver no Facebook se isso é verdade mesmo!”

Não falei nada e o deixei fazer a busca no Facebook, a qual obviamente não retornou nada de concreto. No mesmo momento surgiu-me a inspiração de escrever esta crônica para alertar sobre uma tendência com potencial catastrófico: para muitas pessoas, o Facebook se confunde com a Internet, ou ainda a Internet é um mero meio de acesso ao Facebook. Mais ou menos como aconteceu com o Internet Explorer lá nos anos 1990 e início dos 2000, onde o ícone do navegador (aquele “e” estilizado) para muitos era a própria Internet.

Como pode o Facebook ser tão poderoso e lucrativo oferecendo apenas um único serviço? Vejam o antagonismo que existe entre ele e outras grandes empresas de tecnologia tais como o Google, a Microsoft e a Apple, as quais oferecem uma infinidade de produtos e serviços. E sabem da onde vêm as receitas do Facebook, caros entusiastas da rede social? De tudo o que vocês compartilham sobre as suas vidas e dão de graça para eles em uma bandeja virtual (pensem nisto antes de sair compartilhando até mesmo a sua unha encravada). O Facebook é a plataforma que melhor conseguiu juntar exibicionistas e curiosos - antes dele o que mais havia chegado perto foi o finado Orkut, mas que se comparado à atual onipresença do Facebook pode ser considerado como uma brincadeira de criança.

Não quero soar apocalíptico, mas imagine a Internet dominada por uma única empresa, a qual conta com um gigantesco banco de dados contendo a vida de bilhões de pessoas? Eis o verdadeiro Grande Irmão e se tudo continuar seguindo a atual toada, não duvido nem um pouco. Como bem alertou Gabriel Torres nos editoriais Como o Facebook está destruindo a Internet (clique aqui e aqui para conferir), a rede social está simplesmente sufocando portais e sites especializados: assim como o meu mecânico, muitas pessoas preferem conferir tudo no Facebook ao invés de abrir os sites, o que acaba derrubando de maneira assustadora o faturamento dos mesmos até o ponto de torná-los inviáveis financeiramente.

E o que fazer? Para os produtores de conteúdo, atualmente é difícil remar contra a maré e ficar de fora da rede social. Porém há como utilizá-la em seu proveito: ao invés de dar todo o seu conteúdo de graça para o Facebook (o que faria cair ainda mais a sua audiência, afinal de contas com tudo no Face poucos iriam abrir o seu site), é muito mais negócio criar apenas uma chamada na rede social com um link para o conteúdo completo no seu site, o que permite transferir ao menos parte da audiência para o que realmente interessa.

Já para os consumidores de conteúdo, a recomendação é jamais deixar de visitar os seus sites favoritos. Não fiquem limitados ao Facebook. Sabe aqueles vídeos e textos que você tanto curte? Pois bem, muito antes do que você imagina tais conteúdos podem simplesmente não mais existir. Ninguém vive de ar, inclusive este humilde blogueiro que vos escreve.

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Comentários

  1. Enquanto o povo se comportar como gado, será assim. Pura preguiça de investigação. Arrisco dizer que não existe pesquisa séria na web sem se consultar pelo menos umas dez fontes diferentes.

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  2. Realmente, talvez teremos a geração das 'Redes Sociais', Deus nos ajude.

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  3. concordo plenamente, gatinho

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  4. Nunca fui com a cara de redes sociais, não tenho Facebook e na época do Orkut, até que tentei, mas não deu pra mim.

    O Facebook é um exercício de futilidade, inutilidade, arrogância, ignorância e muita falta do que fazer: é carinha tirando foto sem camisa na frente do espelho pra exibir a tatoo, menininha mostrando sua incrível arte na unha do pé, família perfeita e seu lindo fim de semana na praia, os que são mais "religiosos" postando trechos da bíblia, etc, etc. Inacreditável! Como pode pessoas perderem tempo com isso.

    Outro detalhe, com certeza o mais importante é a disseminação dos smartfones que pelo tipo de interface é perfeito para o uso do Facebook.

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    1. Concordo plenamente. Eu também tive Orkut mas em poucos meses cometi o que na época era chamado de "orkutcídio".

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  5. Estou sem facebook desde outubro de 2015 e nunca me senti tão bem em toda a minha vida. Pra mim aquilo pode ir pra falencia igual ao Orkut. Chega de cretinisse, nunca mais! Ainda tenho meu perfil mas está em desuso, logo excluirei de vez. Só gente beste postando besteira. Não dá não!

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    1. Eu nunca tive Facebook pessoal e estou pensando também em excluir a página do Blog de lá. Não está fazendo a menor diferença.

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  6. O anÔnimo aí falou e disse: "O Facebook é um exercício de futilidade, inutilidade, arrogância, ignorância e muita falta do que fazer: é carinha tirando foto sem camisa na frente do espelho pra exibir a tatoo, menininha mostrando sua incrível arte na unha do pé, família perfeita e seu lindo fim de semana na praia, os que são mais "religiosos" postando trechos da bíblia, etc, etc. Inacreditável! Como pode pessoas perderem tempo com isso."

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