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O mito 80486 (Parte 2 – Configuração e Funcionamento com o Windows 95)

No final da primeira parte da série sobre o 486 havia deixado no ar se o conjunto havia funcionado.  Pois bem, ele funcionou muito bem e obrigado! Confira aqui os detalhes!

A tela de POST. Sempre é uma grande satisfação trazer sistemas clássicos de volta à vida


Porém desta vez o sistema não inicializou de primeira devido a problemas de OSMAR (Os Mar Contato... :p) na placa de vídeo, o que realmente sempre foi uma questão crônica das placas VLB pelas suas grandes dimensões e número de contatos. Resolvido isto finalmente o DX2 voltou à vida depois de um hiato de décadas, nerdgasm total!

O resumo do POST

O Setup

A placa mãe conta com o clássico programa de Setup da Award, o qual está presente sem grandes modificações em muitas placas soquete 7 para Pentium e Pentium MMX, e até mesmo em algumas placas super 7 para os K6-2 e K6-III.



As opções clássicas do menu BIOS Features. Um dos destaques é a opção Boot Sequence que pode valer apenas A,C ou C,A: a possibilidade de inicializar o PC a partir da unidade de CD-ROM surgiu apenas nas placas soquete 7.



Já na tela Chipset Features encontramos opções importantes para o desempenho do sistema. A primeira delas é a DRAM Page Mode: como os módulos de memória contam chips do tipo FPM (Fast Page Mode) podemos deixar o ajuste em “Fast”. Por sua vez a opção L1 Cache Update Scheme permite escolher o modo de funcionamento da memória cache L1, aquela que a partir dos 80486 está integrada no processador. No modo Write-Through os dados gravados no cache L1 são gravados simultaneamente na RAM, enquanto que no modo Write-Back os dados ficam apenas na L1 e são gravados na memória principal apenas quando é absolutamente necessário, o que garante um melhor desempenho devido ao menor número de acessos à RAM que é muito mais lenta do que a memória cache (principalmente a L1 que é integrada no processador).

As opções System BIOS Cacheable e Video BIOS Cacheable também ajudam a melhorar o desempenho e são auto-explicativas. Igualmente importante é a ISA Bus Clock Option que determina a frequência do barramento ISA a partir da frequência do barramento frontal: no caso, 33 MHz/4 resulta em 8,25 MHz, o padrão do barramento ISA de 16 bits. Diminuir o divisor aumentará a frequência deste barramento, o que poderá acarretar em problemas de estabilidade.



Para finalizar, a clássica tela Power Management:



Incrementando o DX2

Depois que iniciei os trabalhos com o DX2 pintou no RETROLab dois módulos de memória SIMM-72 de 16 MB cada um com chips FPM. Juntamente com os 4 MB presentes nos módulos SIMM-30 (vide a parte anterior desta série) o 486 ficou com 36 MB de RAM, nada mal!

Dois módulos de 16 MB SIMM-72


Também foi adicionada uma controladora Super I/O VLB com chips UMC UM82C863F e UM82C865F. Esta placa contém uma porta IDE, uma porta para disquete, uma paralela e duas seriais.



Inicialmente tentei instalar um disco rígido WD Caviar de 540 MB, o qual infelizmente não foi reconhecido pelo Setup (o disco está funcionando perfeitamente). Esta limitação de reconhecimento da capacidade dos discos é comum em BIOS mais antigas e nem mesmo informando manualmente os parâmetros do disco foi possível prosseguir - no boot era exibida a mensagem HDD fail.

Infelizmente o disco de 540 MB não foi reconhecido


Desta forma recorri ao velho e bom WD Caviar de 420 MB, o qual já estrelou os especiais com o 80386  e com o 80286. Felizmente o mesmo foi corretamente reconhecido:



Como ficou o sistema DX2 até agora. Além dos componentes descritos acima, também fazem parte da configuração uma unidade de CD-ROM LG de 52X, o emulador de disquetes USB, uma fonte AT de 250 W e um teclado AT.

O glorioso DX2 incrementado

Funcionamento com o Windows 95

A instalação do lendário sistema operacional do tio Bill começa com o boot do PC a partir de um disquete que contenha drivers de modo real (para MS-DOS) para a unidade de CD, de modo a ser possível acessar os arquivos de instalação. Aqui utilizei uma imagem deste disquete gravada em um pendrive e acessada pelo emulador USB.

Realmente o funcionamento do emulador de disquetes USB é perfeito


Não mostrarei aqui detalhes sobre a instalação do Windows 95, assunto que já foi oportunamente abordado aqui e aqui. Veja lá!

Confira o boot do Windows 95 OSR 2.5 no 80486 DX2 de 66 MHz (no fundo o delicioso ruído do disco WD Caviar funcionando). Nada mal, não?


As propriedades do sistema:



Gerenciador de dispositivos:



E finalmente a guia Desempenho. Ao contrário do que ocorreu com o 80386, a controladora Super I/O VLB foi reconhecida e o modo de compatibilidade com o MS-DOS não foi ativado, o que favorece o desempenho.



É isso aí! Nas próximas partes o nosso intrépido DX2 será ainda mais incrementado e receberá um novo sistema operacional. Aguardem!

Próximo:

O mito 80486 (Parte 3 – Benchmarks clássicos do Intel DX2)

Anterior:

Veja também:

Comentários

  1. Michel, você tentou a opção LARGE para o modo do HDD na hora de informar os parâmetros manualmente? Em geral, o modo NORMAL só vai até 528 MB (ainda que haja conversão para bytes em algumas BIOS, que dá um valor maior),

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    1. Sim, mas infelizmente o problema persistiu. Tentei até com outra controladora e nada.

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  2. Estranho ele não ter detectado... Uma vez já fiz um 386 dx-33 detectar um HD Samsung de 2GB e utilizei o software de gerenciamento de limitação de tamanho pela bios (da própria Samsung) e deu certo. A dica do amigo acima é válida...

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    1. Opa, mesmo no modo LARGE não funcionou. Acredito ser algum bug desta BIOS da Award, e achar atualização para uma placa tão antiga é como procurar uma agulha num palheiro.

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